Eleições americanas: como os protestos antirracistas influenciam na campanha presidencial

O movimento Black Lives Matter (BLM), que ganhou fama em maio deste ano após o caso de George Floyd, um ex-segurança negro morto por policiais sem nenhuma causa ou denúncia, eclodiu dentro dos Estados Unidos protestos antirracistas que chegam a interferir nas eleições americanas. 

O ano de 2020 estava sendo preparado para a campanha presidencial de novembro nos EUA, mas foram os protestos contra a violência e a discriminação policial ao povo negro que roubaram a atenção da população e do governo americano. 

Durante os debates entre os candidatos Joe Biden e Donald Trump, o tema foi discutido. De um lado, Trump é acusado pelo adversário de ser o presidente mais racista que a América já teve, enquanto Biden reforça que sua agenda é pautada na igualdade racial. 

Eleições americanas: como os protestos antirracistas influenciam na campanha presidencial
Fonte: (Reprodução/Internet) 

Partido Democrata é favorito pelo povo negro

O Instituto de pesquisa Pew Research Center, dos EUA, realizou um levantamento que condiz que cerca de 30 milhões de afro-americanos tendem a votar nas eleições deste ano. Apesar do voto não ser obrigatório no país, seria um recorde do eleitorado negro

Socialmente, negros americanos tendem a votar em candidatos democratas, como Barack Obama, o primeiro presidente afro-americano. Foram eles os “votos-chave” para que Obama garantisse sua reeleição em 2012. Mas a participação da comunidade negra diminuiu na última campanha, cuja candidata democrata Hillary Clinton perdeu para o republicano Donald Trump. 

No entanto, com a onda de protestos contra o racismo e a violência policial em território americano, as insatisfações com o governo Trump e o desejo por maiores direitos ao povo negro, as chances do democrata Biden assumir a Casa Branca passa a ser mais provável segundo especialistas. 

Especialistas comentam a vantagem de Biden sobre Trump 

A vantagem do partido democrata nas eleições americanas é explicada por especialistas no assunto, consultados pelo portal G1. Segundo Cristina Pecequilo, professora de relações internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o movimento BLM reforça a aproximação que já existia com o Partido Democrata e as pautas sobre igualdade e inclusão racial

Além disso, Ryan Muldoon que é professor de ciência política da Universidade de Buffalo em NY, comenta da impopularidade de Trump, devido às inúmeras questões envolvendo seu mandato, somada tanto com a questão da pandemia quanto pelo seu processo de impeachment e pela economia do país ser duramente atingida.