Ministro afirma que nenhuma empresa quis comprar os Correios

Em uma entrevista fornecida nesta terça-feira (29) ao UOL, Fábio Faria, atual ministro das Comunicações, mudou seu posicionamento sobre a disposição de empresas por uma possível privatização dos Correios.

No último dia 16 deste mês, ele havia informado que o Magazine Luiza, Amazon, FedEx e DHL possuíam planos para compra, porém, segundo Fábio, nenhuma delas procurou o governo para oficializar o acordo. 

De acordo com o ministro, as declarações do dia 16 refletem uma avaliação própria sobre quais empresas criariam interesse pela privatização dos Correios, e que este é um processo que ainda será iniciado.

Ministro afirma que nenhuma empresa quis comprar os Correios
Fonte: (Reprodução/Internet)

Para ministro, privatização dos Correios seria bem-sucedida

Fábio Faria afirmou que havia recebido informações nas pastas que previam que o processo de privatização da estatal seria realizado com sucesso. Os dados foram fornecidos por Salim Mattar, ex-secretário especial de Desestatização e Privatização do Ministério da Economia, que deixou o governo em agosto.

Mesmo que as empresas citadas não formalizem os seus interesses pela compra dos Correios, o atual ministro afirmou que a Amazon, FedEx, Magazine Luiza e o Mercado Livre seriam requerentes naturais durante o processo de estatização.

“Ele [Mattar] falou que provavelmente ia ser um sucesso, que sabia de players [empresas do mercado] que estariam interessados, outros que provavelmente entrarão, por exemplo, o FedEx”, afirmou Fábio Faria.

Correios x Fábio Faria: lucro ou prejuízo?

Ainda em entrevista, Faria afirmou que os resultados monetários mais atuais da estatal podem ser um fator que interessasse as empresas. Segundo ele, os Correios obtiveram em 2019 cerca de R$ 671 milhões após o Ebtida (lucro antes de taxações), com estimativa da receita chegar a R$ 1 bilhão até o ano que vem.

Em contrapartida, a declaração do ministro vai contra os relatos dos diretores dos Correios, que afirmaram que a empresa já registrou um prejuízo acumulado de R$ 2,4 bilhões. É esperado pela estatal que esse valor seja coberto em até 3 anos graças a cortes de benefícios, visto como excessivos, realizados.

“Quando você vê uma empresa que vinha dando prejuízo e depois vem crescendo a cada ano, uma empresa com grande custo, você consegue imaginar que ela poderá ter mais múltiplos de Ebtida do que outras. Os Correios apontam para isso”, afirmou o ministro.

Cortes de benefícios ocasionaram greve nos Correios

Os cortes da estatal motivaram a greve do dia 17 de agosto por parte dos funcionários. Ela só foi encerrada no último dia 17 após o Tribunal Superior do Trabalho obrigar os Correios a arcar com uma correção salarial de 2,6% e optar pela redução dos benefícios, e não sua extinção.