Universidade na Bahia empresta notebooks com software de espionagem para alunos

Recentemente, a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) foi acusada de estar espionando estudantes da instituição que pegaram computadores emprestados da faculdade para estudar remotamente. 

Devido à pandemia causada pela Covid-19, a segurança digital dos usuários se tornou uma pauta que é levada em consideração quando o assunto é ensino remoto, porém nem todas as instituições tomam medidas necessárias para garantir essa proteção.

A denúncia em questão foi comandada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSB, que alertou os alunos da faculdade sobre a presença da plataforma KidLogger, em diversos notebooks emprestados, notada primeiramente por um aluno não identificado.

Universidade na Bahia empresta notebooks com software de espionagem para alunos
Fonte: (Reprodução/Internet)

Software de espionagem é usado para controle parental

O KidLogger se trata de um programa de vigilância destinado aos pais que querem acompanhar seus filhos na internet. Ele é capaz de gravar sons emitidos perto do microfone da máquina, bem como armazenar informações privadas como histórico de navegação, teclas digitadas, imagens salvas e recursos mais usados.

O software afirma em seu site que permite o monitoramento remoto de dispositivos, e mostra o que é um painel de vigilância. O programa enfatiza que também é útil para as empresas monitorarem as atividades dos funcionários em trabalho remoto, e anunciou que sua versão Android pode tirar fotos sem o conhecimento do usuário.

Universidade está analisando o caso

Após os relatos, os chefes dos departamentos de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Ações Afirmativas da UFSB estão analisando o caso. Eles informaram em nota que realizaram recentemente uma reunião com a presença de representantes do DCE e alguns alunos que relataram o problema.

“Os encaminhamentos imediatos são o recolhimento e análise de algumas das máquinas afetadas para investigar como esse aplicativo foi instalado, e para definir procedimento que garanta a salvaguarda de informações para os estudantes cujas máquinas apresentem esse problema”, informou a nota.

Em uma atualização mais recente, a instituição montou uma comissão de investigação para apurar a situação. Os alunos que utilizarem os aparelhos temporários pela universidade vão obter outros equipamentos por meio de empréstimos para continuar acompanhando os cursos remotos.